terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Confissões

O que significa conhecer a intimidade de alguém
Saber seus segredos mais ocultos
Compartilhar seus pensamentos mais bizarros
Desnudar uma alma apenas com um olhar...
Ter este poder não está nas mãos de qualquer um
Depende da sinergia, do encontro, do quanto se permite invadir
Um momento de interação real, profundo
Capaz de alinhar dois indivíduos
Na vibração de uma só verdade!
Se permitir dizer tudo que sente, confessar
Sem ter medo do ridículo, do julgamento
Olhar o outro como um reflexo de si mesmo
Tamanha a conexão que permite esta experiência singular...
Mexe tanto com emoção
Faz inebriar os sentidos, provoca o êxtase
Desperta sentimentos tão intensos, que não há explicação
Para descrever a ventura que é viver tudo isso... ainda que uma vez.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Inspiração

O que te faz sentir-se inspirado?
Uma música tocando num ritmo gostoso
Uma brisa que te toca a face
Um passarinho que te acorda suavemente
Uma flor que timidamente brota no seu jardim...
Tanta coisa singela pode despertar um olhar mais sensível
Mas outras te tocam de uma maneira especial
Despertam no coração um desejo de se manifestar
De expor este sentimento de satisfação
Ao perceber que é preciso tão pouco para sentir-se bem...
Há um dispositivo interno que é acionado quando menos se espera
Pode ser procurado, estimulado intencional e terapeuticamente
Mas que entra em erupção num processo de amadurecimento
Às vezes tranqüilo e muitas vezes repleto de tropeços...
Hoje o meu dispositivo inverteu a sintonia
Tão naturalmente que me assusto!
Sinto-me vulnerável a mais simples provocação
Que me faz querer explodir em sorrisos
Em palavras de júbilo, em longas conversas de reflexão...
Desejo continuar assim, nesta metamorfose constante
Encontrando pouso nas folhas brancas do meu monitor
Para escrever sobre tudo que faz vibrar a minha inspiração.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Saindo do casulo

Hoje o dia se descortinou diferente...
Tinha mais brilho no sol que entrava pela janela do meu quarto
Uma luz diferente me convidava a levantar
A sair da inércia de uma vida ordinária
Para aceitar a dinâmica dos reveses e das descobertas inevitáveis
Que a cada instante estamos sujeitos...
Vivi muito tempo no casulo, mas ele se desmanchou
Passou do seu tempo de ser invólucro
E eu me vi exposta de repente, nua
Diante da minha própria complexidade
Da necessidade de interagir com o externo
Com as sensações e as energias metafísicas
Nas quais imergimos involuntariamente, apenas por estarmos vivos...
É a constatação do “não tem jeito”
Ou a simples entrega para um propósito maior:
Não se ver como obra do acaso
Mas de uma conspiração muito mais ousada
Engendrada pela mente do Universo...
Meu Deus, como é bom reconhecer-me parte da Tua Criação
Me ampara nesta nova jornada de borboleta
Para que eu aprenda a voar com minhas próprias asas
A desbravar novos horizontes íntimos
Sem medo de ser feliz.